Moraes revoga prisão de ex-ministro de Bolsonaro acusado de tentar ajudar Mauro Cid a fugir

O Supremo Tribunal Federal decidiu suspender a prisão do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, figura próxima ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A decisão partiu do ministro Alexandre de Moraes, que avaliou que as razões para mantê-lo encarcerado deixaram de existir após o avanço das investigações e o cumprimento de medidas judiciais, como a apreensão de materiais e a coleta de depoimentos.

Gilson havia sido preso em Recife sob a acusação de supostamente ajudar Mauro Cid — ex-ajudante de ordens de Bolsonaro — a tentar obter um passaporte português com o intuito de fugir do país. As suspeitas envolvem tentativas de interferência em procedimentos diplomáticos para beneficiar envolvidos na articulação de um golpe de Estado.

Com a revogação da prisão, o ex-ministro seguirá em liberdade, mas submetido a condições rigorosas. Ele não poderá deixar o território nacional, terá que entregar o passaporte, comparecer regularmente à Justiça e está proibido de manter qualquer tipo de contato com outros investigados no mesmo inquérito. As medidas restritivas foram consideradas suficientes pela Procuradoria-Geral da República, que também se manifestou favoravelmente à substituição da prisão por alternativas legais.

A defesa de Gilson Machado sustenta que ele jamais teve a intenção de auxiliar em qualquer tentativa de fuga e que sua visita ao consulado português dizia respeito a interesses familiares. Mesmo assim, caso viole qualquer uma das obrigações impostas, poderá ser novamente detido.

A decisão reflete uma postura do Supremo em buscar equilíbrio entre a preservação das investigações e o respeito às garantias individuais — mas também mantém os olhos atentos sobre um círculo próximo ao ex-presidente, cada vez mais exposto nos desdobramentos do inquérito sobre os planos golpistas.

Fonte G1

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