Governo planeja tributar LCI e LCA: entenda o que pode mudar

O governo federal está elaborando uma medida provisória que pode acabar com a isenção de Imposto de Renda para aplicações em Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). A proposta ainda está em fase de avaliação interna, mas já causa atenção no mercado financeiro e entre pequenos investidores.

Hoje, LCI e LCA são aplicações bastante populares por oferecerem rendimentos isentos de IR, o que aumenta sua atratividade em comparação com outros produtos de renda fixa. Esses títulos são emitidos por bancos e têm como finalidade financiar os setores imobiliário e do agronegócio, dois pilares importantes da economia nacional.

A proposta em discussão prevê que as novas aplicações passem a ser tributadas, com uma alíquota ainda não definida, mas provavelmente de 5%. O governo avalia que essa mudança pode ajudar a aumentar a arrecadação, ao mesmo tempo em que busca corrigir o que considera uma distorção no sistema tributário — já que outros tipos de investimento similares são tributados.

A medida, no entanto, não deve afetar os investimentos já realizados. Especialistas apontam que, caso seja aprovada, a nova regra deve valer apenas para aplicações feitas a partir da publicação da medida provisória.

Essa possível mudança tem gerado debates entre economistas, analistas e investidores. Por um lado, há quem defenda a equiparação tributária entre diferentes modalidades de investimento. Por outro, muitos alertam que a tributação pode reduzir o interesse por LCI e LCA, encarecendo o crédito para os setores produtivos e desestimulando o investidor de perfil conservador, que prioriza segurança e previsibilidade.

A medida provisória, se for confirmada, terá efeito imediato, mas precisará ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias para continuar valendo.

Enquanto o texto oficial não é publicado, a recomendação dos especialistas é que investidores acompanhem de perto as movimentações do governo e evitem decisões precipitadas. A depender da redação final da medida, pode haver impacto na rentabilidade futura de novos investimentos nesses títulos.

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