A Justiça como Nó Central da Teia de Poder

Justiça, Política e Economia: Três Poderes, Um Sistema

A separação dos poderes é um dos pilares da democracia. Mas quem observa atentamente a estrutura brasileira percebe: o Judiciário, o Executivo e o Legislativo estão menos separados do que parecem — e mais ainda quando o poder econômico os atravessa.

O Judiciário brasileiro é um poder com privilégios: salários acima do teto, auxílio-moradia para quem tem imóvel, férias de 60 dias, aposentadorias integrais. É o poder mais opaco, o menos fiscalizado, o menos democrático. Juízes não são eleitos, raramente são punidos e julgam com base em doutrinas formadas longe do povo — muitas vezes em universidades privadas, em cursos pagos por fundações e, não raro, em viagens bancadas por entidades com interesses definidos.

A seletividade penal — onde preto, pobre e periférico é punido com rigor, enquanto branco, rico e poderoso escapa — não é distorção. É o funcionamento normal de um sistema que protege o topo e vigia a base.

E quando esse Judiciário encontra a política, o resultado é lawfare: perseguições políticas travestidas de legalidade. O uso do Judiciário como arma, como vimos em tempos recentes, destrói reputações, distorce processos e desequilibra eleições — tudo sob o manto da imparcialidade.

Por outro lado, há silêncio quando grandes empresas sonegam, quando bancos abusam, quando o agronegócio invade. A justiça econômica raramente entra em pauta. O sistema protege quem financia o sistema.

No CanalImpério360, não veremos os poderes isoladamente. Vamos enxergá-los como uma teia — e a Justiça é o nó que amarra e desamarra interesses. Onde há poder, há disputa. E onde há disputa, há quem tente fazer da Justiça sua espada — e não seu escudo.

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