🍞 Gaza em Pânico: Distribuição de Alimentos Termina em Tiroteio, Mortos e Feridos

A tragédia ocorrida nesta quarta-feira (28) em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, escancara a falência de qualquer pretensão de controle ou humanidade no atual estágio do conflito entre Israel e o Hamas. Uma simples tentativa de distribuir alimentos acabou em caos: um morto e ao menos 48 feridos, segundo a apuração conjunta de veículos como Time, Washington Post e Reuters.

A ajuda era coordenada pela controversa Fundação Humanitária de Gaza (GHF) — uma entidade emergencial, com suporte dos Estados Unidos e de Israel, que tenta se apresentar como alternativa “eficiente” à ONU. Mas o resultado foi catastrófico: fogo cruzado, confusão generalizada e desespero popular.

O episódio não é um acidente isolado. É o reflexo direto de uma estratégia perigosa: militarizar a ajuda humanitária, marginalizar instituições internacionais e impor soluções unilaterais a uma tragédia coletiva. A ONU e dezenas de organizações já haviam alertado que o modelo da GHF — operando sem coordenação institucional, sob vigilância armada e com critérios seletivos — não apenas falha, como coloca vidas em risco. Nesta quarta-feira, a tragédia deu razão a esses alertas.

Em vez de corredores humanitários estáveis, o que se vê são pontos de distribuição improvisados, cercados por fome e hostilidade. O bloqueio israelense à Faixa de Gaza já dura mais de 11 semanas, e as condições são alarmantes. Relatórios apontam insegurança alimentar crítica, com famílias inteiras à beira da fome. Nesse cenário, cada caminhão de comida vira um campo de batalha.

Mas o que causa ainda mais indignação é o cinismo com que alguns governos tratam o desastre. Ao tentarem driblar a ONU para controlar diretamente a logística da ajuda, o que está em jogo não é a eficiência, mas o controle político sobre a miséria. A ajuda se transforma em moeda de barganha, e os famintos em massa de manobra.

Enquanto isso, a morte e o medo seguem crescendo. O povo palestino, encurralado entre o terror do Hamas e a brutalidade de uma ocupação impiedosa, continua a pagar o preço mais alto. E cada vítima que cai em filas por um pedaço de pão grita ao mundo que essa não é apenas uma guerra — é um colapso ético.


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